Operação da PF prende suspeitos de fraudar licitações do Distrito Sanitário Indígena em RO

Operação da PF prende suspeitos de fraudar licitações do Distrito Sanitário Indígena em RO

Operação Inter Fratem foi deflagrada em RO — Foto: Maríndia Moura/Rede Amazônica

Foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (22) a operação "Inter Fratem", da Polícia Federal (PF), com objetivo de combater fraudes em licitações do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Porto Velho. Mandados judiciais são cumpridos em Rondônia e Amazonas.

Ao todo, 41 mandados judiciais são cumpridos. São cinco de prisão preventiva, três de prisão temporária, 19 de busca e apreensão e ainda 14 de sequestro e indisponibilidade de bens. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Rondônia.

De acordo com a PF, em Porto Velho os mandados são cumpridos no Dsei, em empresas e residências dos investigados. Há também o cumprimento de ordens judiciais em Manaus (AM) e na Casa de Saúde Indígena (Casai) de Guajará-Mirim (RO).

Em uma investigação conjunta da PF, Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF), foi descoberto que havia uma organização criminosa formada por empresários, particulares e agentes públicos que fraudavam licitações e contratos falsificando documentos e pagando vantagens indevidas a servidores do Dsei.

Os contratos com ilegalidades, segundo a PF, tinham como objeto a prestação de serviços de apoio administrativo, locação de veículos com motoristas para atender os indígenas. Eles foram assinados em entre 2016 e 2017, com valores que ultrapassam os R$ 8 milhões e vigoram em Rondônia e Humaitá (AM).

Segundo divulgou a CGU, as empresas investigadas receberam R$ 146 milhões em contratos com o Governo Federal desde 2012.

O esquema acontecia com a combinação dos vencedores das licitações pelas empresas participantes, que eram da mesma família, além de pagamentos ilícitos a agentes públicos envolvidos.

O nome da operação traduzido do latim significa "Entre Irmãos", e faz referência à forma como agiam os investigados, já que eram da mesma família e combinavam quem venceria as licitações.

Os presos na operação serão levados a presídios estaduais e vão responder na Justiça Federal por organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e fraude à licitação.