Presa por furtar comida em supermercado, grávida sente dores e sangra em cela

Presa por furtar comida em supermercado, grávida sente dores e sangra em cela

Porto Velho, RO - Grávida de nove meses, Andreia Marques Duarte, de 36 anos, por pouco não entrou em trabalho de parto dentro da cela no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), em Várzea Grande-MT.

Presa após furtar supermercado, a mulher tem dores, sangramento e não sente mais o bebê em seu ventre. Há três dias ela aguarda audiência de Custódia.

O Tribunal de Justiça determina que o preso em flagrante, provisório ou temporário passe pela audiência de custódia no prazo máximo de 24 horas. Andreia alega estar passando fome e sede. Segundo Andreia, policiais civis disseram que como ela havia sido presa recentemente, e voltou a furtar, deveria ficar um pouco mais de castigo para ‘apreender a lição’. Por isso não a mandaram para custódia.

“Andreia tem outros seis filhos e sobrevive do bolsa família. A suspeita confessou que na última quinta-feira (12), ela entrou em um supermercado no bairro Ouro Verde, onde furtou iogurte, bolachas e outros produtos”.

Andreia tem outros seis filhos e sobrevive do bolsa família. A suspeita confessou ao O Bom da Notícia que na última quinta-feira, 12, ela entrou em um supermercado no bairro Ouro Verde, onde furtou iogurte, bolachas e outros produtos, mas que se arrepende. [Na Constituição este tipo de crime é conhecido como furto famélico, ou furto praticado por quem, em extrema penúria, é impelido pela fome, pela vontade de se alimentar].

Andreia revelou que esses três dias foram os piores da vida dela. Sem comida e água, ela conta com a boa vontade de alguns policiais que estão dividindo o almoço com ela. Andreia não toma banho e dorme no chão de cimento. Até as primeiras horas deste domingo, 15 a suspeita ainda estava no Cisc de Várzea Grande.

A suspeita já responde a um processo por tentar entrar com celular numa unidade prisional. Também por roubo e porte de arma. Andreia é conhecida da polícia e sempre é conduzida à delegacia.

Outro lado

Por telefone a Secretaria de Estado e Segurança Pública informou que pelo fato da suspeita ainda estar no Cisc, a custódia compete à Polícia Civil. Porém, a denúncia que a presa estava passando fome e sede sera investigada.

De acordo com Waldir Caldas, presidente da Comissão de Direitos Carcerário da OAB, o caso esta sendo acompanhado pela Ordem de Advogados de Mato Grosso.