Pastor que decepou mão de esposa será julgado por feminicídio

Pastor que decepou mão de esposa será julgado por feminicídio

 

Pastor que decepou mão da esposa será julgado por feminicídio

Porto Velho, RO - Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri indiciou o pastor evangélico Josemar Santos de Aguiar, 48 anos, por tentativa de feminicídio e irá submetê-lo a julgamento popular. Josemar está preso desde o dia 12 de março, depois que decepou a mão esquerda da esposa Juliete Coutinho da Costa Aguiar, com um golpe de facão, durante uma discussão, na residência do casal, no bairro Areia Branca, zona sul da capital.

O acusado se apresentou espontaneamente dois dias após o crime, foi liberado, e preso novamente, no dia seguinte por ordem da Justiça.

Ao fundamentar sua decisão, o juiz Gonçalves Silva Filho, ressaltou que o crime foi típico de violência doméstica, pois o acusado morava com a vítima e com quem tinha quatro filhos.

Segundo o juiz, Josemar atacou covardemente a esposa, “por motivo fútil, mediante meio cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima e contra mulher por razões da condição de sexo feminino” e “causando-lhe lesão de natureza gravíssima (amputação traumática em membro superior esquerdo em nível de punho – perda da mão esquerda)”.

DEPOIMENTOS
Além de Josemar e Juliete, outras duas pessoas deram depoimento à Delegacia de Homicídios, onde não deixa dúvidas sobre a materialidade e autoria do crime. Juliete, por exemplo, disse que, no dia do crime, estava na casa da vizinha, a testemunha Izaneide Vieira, quando retornou por volta das 18 horas para se deitar, sendo surpreendida por Josemar, que entrou no quarto com um facão e dizendo ´vou te matar´.

Juliete teve a mão decepada porque se defendeu do golpe, ao proteger o rosto. Logo em seguida, o pastor fugiu do local.

Ela foi socorrida pela filha de 15 anos, que a levou para a UPA da zona Sul. Ela afirmou que nunca anteriormente havia sido agredida pelo marido, que não aparentava estar drogado ou bêbado. Durante a audiência ela manifestou o desejo de manter a medida protetiva para que o marido não mais se aproxime dela.

Josemar Junior, filho do casal, também prestou depoimento e disse que estava retornando do trabalho, quando cruzou com o pai, na estrada do Areia Branca. O pai havia acabado de praticar o crime e teria dito: “Corre e vai ajudar aquela desgramada (ou abençoada) que cortei a mão dela”, disse a testemunha não se lembrando qual dos dois termos o pai utilizou.

O motivo do crime teria sido a descoberta de um suposto caso extraconjugal entre a vítima e uma terceira pessoa.